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Além da coleta seletiva: como reciclar materiais especiais que muita gente joga fora

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Quando pensamos em reciclagem, a primeira imagem que vem à mente são as tradicionais lixeiras coloridas para papel, plástico, vidro e metal. Porém, muitos materiais do nosso dia a dia não podem ser descartados na coleta seletiva comum, mas têm grande potencial de reciclagem através de canais específicos. O óleo de cozinha usado, resíduos de construção civil, eletrônicos e baterias são exemplos de itens que exigem processos especiais de destinação.

Óleo de cozinha: de vilão ambiental a produto valioso

O óleo de cozinha usado é um dos grandes problemas ambientais quando descartado incorretamente. Um único litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água, segundo dados da Sabesp. Quando despejado na pia ou no vaso sanitário, causa entupimentos nas tubulações e, ao chegar aos corpos d’água, forma uma película que impede a oxigenação e prejudica a vida aquática.

Porém, este mesmo resíduo tem enorme potencial de reaproveitamento. O óleo de cozinha usado pode ser transformado em:
  • Biodiesel: combustível renovável que reduz a emissão de gases poluentes
  • Sabão e detergentes: através de processos simples de saponificação
  • Tintas: como componente de algumas formulações
  • Ração animal: após processos específicos de purificação
Para descartar corretamente, armazene o óleo usado em garrafas PET e entregue em pontos de coleta específicos disponíveis em supermercados, escolas e outras instituições parceiras.
Resíduos de construção: do entulho a novos materiais

Os resíduos da construção civil representam cerca de 60% dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON). Estes materiais não podem ser descartados na coleta seletiva comum, mas têm alto potencial de reciclagem.

Quando processados adequadamente, os resíduos de construção podem se transformar em:
  • Agregados para novas construções
  • Base e sub-base para pavimentação
  • Concreto não estrutural
  • Argamassas
  • Artefatos de concreto como blocos e pisos
A legislação brasileira, através da Resolução CONAMA nº 307/2002, estabelece diretrizes para a gestão desses resíduos, determinando que geradores devem garantir sua destinação adequada. Empresas especializadas fazem a coleta, triagem e processamento desses materiais.

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Eletrônicos: tesouros escondidos em placas e circuitos

O lixo eletrônico cresce três vezes mais rápido que o lixo comum no mundo, conforme dados da ONU. No Brasil, são geradas aproximadamente 2,1 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos por ano. Estes equipamentos contêm metais preciosos e substâncias tóxicas que tornam sua destinação correta fundamental.

Computadores, celulares, televisores e outros equipamentos eletrônicos podem ter até 95% de seus componentes reciclados. Materiais recuperados incluem:
  • Ouro, prata e paládio das placas de circuito
  • Cobre dos fios e cabos
  • Alumínio das estruturas
  • Plásticos diversos
  • Vidro dos monitores e telas
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) inclui os eletrônicos na logística reversa obrigatória, responsabilizando fabricantes e importadores pela coleta e destinação desses produtos pós-consumo. Muitas lojas de eletrônicos, fabricantes e assistências técnicas mantêm pontos de coleta para estes materiais.
Baterias e pilhas: pequenas, mas perigosas

Pilhas e baterias contêm metais pesados como mercúrio, chumbo, cádmio e níquel, que podem contaminar o solo e a água quando descartados incorretamente. Uma única pilha botão pode contaminar até 600 mil litros de água, segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Quando coletadas adequadamente, pilhas e baterias passam por processos que permitem recuperar:
  • Zinco e manganês de pilhas comuns
  • Níquel e cádmio de baterias recarregáveis
  • Lítio de baterias de celulares e notebooks
  • Chumbo de baterias automotivas
A Resolução CONAMA nº 401/2008 estabelece limites máximos de metais pesados em pilhas e baterias e determina que fabricantes e importadores implementem sistemas de coleta. Atualmente, lojas, supermercados, bancos e outros estabelecimentos mantêm coletores específicos para estes itens.

O papel da Dinâmica Ambiental na educação sobre resíduos especiais

A Dinâmica Ambiental atua diretamente na educação ambiental relacionada aos resíduos inservíveis. Nosso trabalho tem como foco orientar pessoas e organizações sobre o correto gerenciamento desses materiais que não podem ir para a coleta seletiva convencional.

Nossa missão é criar uma cultura de responsabilidade ambiental, fornecendo conhecimento para que cada pessoa saiba como lidar corretamente com seus resíduos especiais, mesmo aqueles que não vão para a coleta seletiva tradicional.

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