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Uso consciente do plástico: inovação é a aposta!

Empresas reinventam embalagens para reduzir impacto ambiental do plástico.

Sob grande pressão dos consumidores e com leis cada vez mais restritivas, multinacionais vêm tentando reduzir a produção de embalagens plásticas com novas tecnologias, apostando na reutilização, reciclagem, além da sua substituição por outros materiais.

Em janeiro, mais de 70 empresas de 42 países assinaram uma declaração conjunta pedindo à ONU um tratado internacional para produção e reciclagem, pois diferentes regras para cada região prejudicam a competitividade e oneram as companhias.

Uso do plástico de uso único persiste

De acordo com a WWF, apenas 10% de todo plástico produzido até hoje foi reciclado e sua produção deverá dobrar até 2040, tendo capacidade de aumentar a poluição nos oceanos em até quatro vezes até 2050.

Por se tratar de um material leve, barato, flexível, durável e com boa capacidade de proteção de produtos, o plástico ainda tem ampla circulação e muitos apostam que ele dificilmente desaparecerá, mesmo com os prejuízos causados ao meio ambiente.

Empresas apostam em mudanças

Algumas iniciativas adotadas por multinacionais têm mudado a forma que o plástico é utilizado pelo mercado.

Em entrevista ao jornal O Globo, José Fernando Machado, diretor comercial no Brasil da americana Graham Packaging, que fabrica embalagens em 13 países, diz que o redesenho das embalagens é uma das principais inovações. Por meio de tecnologias na fabricação, é possível garantir maior performance com menos utilização do material.

“Em um dos clientes, no México, com o redesenho, reduzimos de 18g para 14g o potinho de iogurte. Quando se considera a produção média de 10 milhões de unidades por mês, é uma grande diferença”, comentou Machado.

Outra alternativa é a reformulação de produtos, substituindo o plástico por outros materiais. Um exemplo é a marca SodaStream, da Pepsi, que adotou a venda de CO² em latas reutilizáveis que permitem gaseificar a água em casa, ao invés de vender o produto já gaseificado em garrafas plásticas.

No Brasil, a empresa revelou que avalia utilizar papel na confecção de garrafas, além de adotar embalagens à base de plantas para seus alimentos. Recentemente, a empresa lançou uma parceria com a plataforma Molécoola: um programa de fidelidade e recompensas que incentiva a reciclagem de suas embalagens, feitas de plástico BOPP.

Outro lançamento da Pepsico é um protótipo da carroceria de caminhão utilizando o plástico de 750 embalagens de salgadinhos, 360 garrafas PET e fibra de vidro convencional. O veículo já está sendo utilizado em Contagem (MG) e o projeto tem potencial de ser escalado para toda frota da empresa no Brasil, sendo capaz de reciclar em torno de 5 mil toneladas de plástico BOPP por ano.

Vale destacar também a iniciativa da Ambev que conseguiu reduzir em 70% a utilização do plástico nos packs de Skol ao trocar o seu embrulho por uma alça. A cervejaria planeja, em parceria com a startup growPack, lançar embalagens com compostos orgânicos e compostáveis.

A Coca-Cola, por sua vez, já investiu mais de R$1,1 bilhão em linhas retornáveis nos últimos cinco anos. Em 2020 lançou no Brasil uma garrafa de água mineral feita 100% com PET reciclado. Para o futuro, planeja viabilizar a troca de garrafas por um aplicativo.

Por fim, na Europa, a Unilever lançou um modelo refil que permite que clientes recarreguem xampus, condicionadores, produtos de limpezas e outros itens.

Taxa de reciclagem do Brasil ainda decepciona

No Brasil, um estudo realizado pelo Sindicato Nacional de Limpeza Urbana (Selurb), com a PwC Brasil, indicou que metade das cidades brasileiras ainda descartam seus resíduos de forma ambientalmente inadequada. A pesquisa, que analisou 3.572 municípios, também indicou que a taxa de reciclagem brasileira está em torno de 3,5%.

“A maioria das cidades não tem um sistema de coleta seletiva. Quando tem, a população não está engajada ou não destina corretamente. Além disso, a tributação da resina virgem é menor que a da reciclada”, afirmou Paulo Teixeira, diretor superintendente da Abiplast, Associação Brasileira da Indústria do Plástico.

O Brasil tem potencial para reciclar 30% de todo o resíduo que produz. É urgente que a população, iniciativa privada e pública se unam em prol da reciclagem, contribuindo para a sociedade e o meio ambiente. Só assim o país garantirá um desenvolvimento econômico mais sustentável.

Fontes: Um Só Planeta | Estadão | Gazeta de Alagoas | Mercado & Consumo