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Embalagem feita com pipoca? Sim, existe!

E é uma ótima alternativa sustentável em substituição ao isopor, que é derivado do petróleo

Uma embalagem moderna deve fazer muito mais do que simplesmente atender aos requisitos específicos de transporte, armazenamento e apresentação: ela também deve ser sustentável. Mas o que realmente significa sustentável? Significa que o material deve ser ecologicamente correto e feito de recursos renováveis, robusto o suficiente para permitir a reutilização e fácil de reciclar no final de sua vida útil.

Pois bem, e se, para atender a todos esses critérios na hora de embalar produtos e alimentos, usarmos pipoca ao invés de plástico?

Essa é a expectativa de pesquisadores da Universidade de Göttingen, na Alemanha, que desenvolveram uma embalagem à base de plantas e já estão em negociações para seu uso comercial. Enquanto as embalagens à base de poliestireno, como o isopor, levam séculos para se decompor e são feitas de combustíveis fósseis não renováveis, a pipoca é facilmente renovável, biodegradável e pode até ser compostada em casa.

O isopor é um bom material de embalagem e isolamento porque é feito de 95% de ar, mas ainda assim é especialmente prejudicial ao meio ambiente. A espuma de poliestireno é feita de petróleo, é difícil de reciclar e muitas vezes nem mesmo aceita por programas de reciclagem, e pode levar séculos para se decompor, se decompondo em microplásticos que ameaçam a vida selvagem e o meio ambiente ao longo do caminho.

Mas, assim como o poliestireno, a pipoca também está cheia de ar. E a ideia de usá-la como embalagem surgiu do professor da Faculdade de Ciências Florestais e Ecologia Florestal da universidade alemã, Alireza Kharazipour, e líder do grupo de pesquisa que desenvolveu a embalagem a partir de milho moído, feito de subprodutos não comestíveis da produção de flocos de milho e expandidos por meio de um processo de vapor. Nele, os grânulos de pipoca são preenchidos com ar como favos de mel. Quando o milho em grão se transforma em pipoca, o volume aumenta de 15% a 20%.

A embalagem de pipoca pode ser feita com esses subprodutos, ou a partir do milho cultivado em qualquer lugar. Usando diferentes moldes, a pipoca pode ser transformada em vários formatos de embalagem. Os pesquisadores também revestiram a pipoca expandida com uma fina camada de bioplástico para que a embalagem também tenha condição de repelir a água. O resultado é um material de embalagem tão forte quanto o poliestireno, mas pode ser facilmente cortado com uma serra circular e reutilizado, triturado ou compostado em casa, já que provém de fontes biológicas renováveis.

Esse novo processo, baseado em tecnologia desenvolvida na indústria do plástico, permite a produção de uma ampla gama de peças. Além disso, os novos produtos de pipoca têm propriedades repelentes de água, o que abre novos caminhos para aplicações futuras.

A universidade já assinou um acordo de licenciamento com uma empresa de grãos e cereais para uso comercial do processo de fabricação de embalagens de pipoca e está trabalhando na fabricação de vários produtos de embalagem de pipoca.

A cada ano, só os EUA produzem cerca de 3 milhões de toneladas de poliestireno, principalmente para embalagens e itens de food service. Em todo o mundo, embalagens de todos os formatos respondem por cerca de 40% do uso total deste material. Ao que tudo isso, esse é um passo importante em direção à criação de embalagens livres de produtos à base de plástico.