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Ecologia profunda: o conceito que enxerga o meio ambiente além da existência humana

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A ecologia profunda é um conceito que foi desenvolvido pelo filósofo norueguês Arne Naess na década de 70, inspirado no pensamento de Henry Thoreau e no autor de “Ética da Terra”, o professor Aldo Leopold.

O conceito de Naess vem ganhando cada vez mais adeptos a partir do reconhecimento pela sociedade humana de que os recursos naturais são esgotáveis, uma realidade retratada por diversos estudos — que apontam a necessidade de uma nova forma de o homem se relacionar com a natureza.

A ecologia profunda é um conceito que sinaliza, a partir da redefinição da visão de mundo ainda corrente, o caminho para que o homem reveja sua relação com o planeta, com o próximo e com as demais formas de vida. Para Naess, o homem deve abandonar a crença de que a natureza e seus recursos existem para servi-lo, passando a perceber-se como parte desse sistema.

Autorrenovação: uma nova forma de consciência

A autorrenovação é a condição para a saúde de um sistema ou de um organismo, o que é facilmente perceptível a partir da contemplação das formas de vida. Não havendo a autorrenovação, o sistema morre — e é justamente o que acontecerá se o homem não mudar a forma de se relacionar com a natureza.

O ser humano, no entanto, não deve encarar a preservação da natureza como forma de se autopreservar: é preciso que o cuidado com o meio ambiente seja entendido como uma relação natural e consciente de respeito a todas as formas de vida existentes, entendendo-se parte delas.

Na compreensão da ecologia profunda, o consumismo é visto como um mal que degrada as condições ambientais e sociais. É preciso que o consumo seja voltado para a satisfação das necessidades reais, evitando o desperdício e reciclando os materiais descartados. A reciclagem e o consumo sustentável vêm se tornando um verdadeiro paradigma nas políticas governamentais e corporativas, assim como a reutilização de materiais.

Igualdade entre as espécies e proteção às minorias

O homem não é superior às outras espécies, mas um igual. Por isso, é seu dever zelar pela sua própria preservação. Nesse sentido, ações predatórias devem ser eliminadas também nas relações entre os seres humanos, e o reconhecimento do direito das minorias e a preservação das suas tradições e existência precisa estar no centro dessa questão.

Em resumo, a ecologia profunda prevê o ser humano se integrando ao ambiente, sendo parte da natureza e interagindo de forma harmoniosa com ela.