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Joaninhas: uma alternativa natural ao uso de inseticidas na agricultura

Com o objetivo de reduzir a utilização de inseticidas químicos na agricultura, a Prefeitura de Belo Horizonte (MG) criou uma biofábrica de joaninhas e crisopídeos, insetos carnívoros que são capazes de fazer o controle biológico de pragas em áreas verdes e hortas urbanas.

O controle biológico é uma técnica que se aproveita da pirâmide alimentar de predadores naturais para realizar o controle de pragas e tem sido apontada como uma prática mais sustentável na agricultura, pois oferece menos risco de contaminação dos alimentos e meio ambiente em comparação aos agrotóxicos.

A biofábrica funciona desde 2018. Lá os insetos são reproduzidos, além de receberem cuidado supervisionado até atingirem a fase adulta para então serem liberados na natureza.
A iniciativa já soltou 80 mil joaninhas de 2019 a 2021. Para 2022, o plano é liberar mais de 50 mil novos insetos.

Combatendo pragas

Em entrevista ao jornal da USP, Silvio Nihei, professor do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da USP e doutor em Entomologia, explica que as principais pragas agrícolas são de insetos, que têm o potencial de causar grandes prejuízos financeiros anualmente.

Nesse caso, insetos inoportunos podem ser nativos do país, ou inseridos artificialmente na fauna brasileira. “Logo, o primeiro passo até aplicar efetivamente o controle biológico é identificar a praga e sua origem”, pontua o especialista.

Uma vez identificada a praga e sua origem, o controle biológico prioriza a utilização de inimigos naturais nativos. Essa estratégia impede que novas espécies estrangeiras sejam inseridas no país, gerando um novo desequilíbrio ambiental ainda maior do que o que está se tentando solucionar.

Nihei ressalta que o controle biológico é altamente eficaz no controle populacional de espécies, sendo capaz de exterminar até 95% das pragas.

Vantagens e benefícios

O controle biológico tem diversas vantagens em relação ao uso de agrotóxicos.
A primeira está no campo da saúde, pois permite o cultivo de alimentos orgânicos, livres de compostos químicos. Nesse aspecto, o agricultor se abstém da necessidade de manusear os inseticidas e o consumidor final tem acesso a um produto mais saudável.

“Muitos dos problemas de saúde atuais podem estar associados à maior quantidade de inseticidas que temos usado. Nos últimos três ou quatro anos, uma grande quantidade de agrotóxicos foi aprovada para uso e, com isso, muitos outros problemas vão surgir”, explica Nihei.

Outra vantagem está na economia. Nihei explica que as pragas tendem a criar resistência aos inseticidas, por isso, é comum que agricultores tenham que aplicar cada vez mais produtos, em maior concentração e frequência, o que gera um aumento escalonado do custo.

Por fim, vale destacar que a substituição de agrotóxicos por insetos também traz ganhos ao meio ambiente, uma vez que reduz a contaminação das águas e terras agrícolas.

Sendo assim, o controle biológico se apresenta como uma ótima alternativa não só para a agricultura brasileira, como também tem o potencial de trazer diversos benefícios aos brasileiros no campo da saúde e preservação do meio ambiente.

Fontes: Jornal da Usp | Rede Brasil Atual | Green Me