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Apenas 1,5% das carcaças de carro são recicladas

Pátios de veículos apreendidos lotados de carcaças e, quando lá não estão, abandonadas elas ocupam as calçadas. Esse cenário poderia ser diferente se esses materiais fossem reciclados.

Atualmente, segundo o Sindinesfa (Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço), apenas 1,5% das carcaças apodrecidas e das peças enferrujadas abandonadas em pátios e ferros-velhos em todo o país são recicladas.  O número é muito irrisório diante da capacidade de reciclagem de um automóvel: plásticos, vidros, pneus e metais, que correspondem a 10% de um veículo, também podem ser reciclados. A ação ajudaria a reduzir a emissão de gases de efeito estufa e o consumo de recursos naturais para fabricação de outros produtos.

O percentual do que é reciclado no Brasil, em termos automotivo, é o mais baixo do mundo entre as economias mais desenvolvidas, dentro de um mercado com 35 milhões de carros em circulação. Desse total, mais da metade contabiliza 15 anos ou mais de uso.

Na Dinamarca, Suécia e Noruega, por exemplo, o índice de reciclagem automotiva é de 100%. Na Argentina, no Japão e nos Estados Unidos, varia de 80% a 95%.

Impulso na economia

Na visão da Anap (Associação Nacional dos Remanufaturados de Auto Peças), a regulamentação para desmontagem e utilização das peças de reúso de origem lícita seria um motor para a economia brasileira.

Algumas iniciativas começam a surgir nessa questão. O mercado de seguros, por exemplo, já oferece apólices mais baratas, desde que autorizado o uso de peças procedentes de empresas registradas no Detran. Além do incentivo financeiro, é uma oportunidade para inclusão securitária. Apenas 30% da frota brasileira é segurada.

Meio ambiente e saúde preservados

Reciclada, a chamada sucata automotiva proporciona proteção ambiental. Estudos comprovam que um carro reciclado corresponde a 3,7 quilos a menos de CO2² (dióxido de carbono) na atmosfera. Durante o desmonte, fluídos e outros itens danificados obtêm destinação ambientalmente correta. O processo diminui os riscos de contaminação do solo e da água. A reciclagem auxilia ainda na eliminação do problema do abandono de carcaças, situação que representa ameaça à saúde pública. O acúmulo desses materiais são um prato cheio para  mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.